Muitos professores confundem a sequência didática com plano de aula, semanário e até projetos. Geralmente a confusão acontece porque tanto o projeto, o semanário, a sequência didática e o plano de aula tem a mesma finalidade: ENSINAR A APRENDER!
Portanto, vamos aprender também. Explico hoje sobre o que é a sequência didática e porque tantos professores trabalham dessa maneira.
Vamos lá!
Fonte: Escola Credencial do Futuro
O que é sequência didática?
O nome já diz bastante coisa, mas poucas vezes paramos para pensar no que, de fato, significa. Como a palavra “sequência” significa “ação de seguir”, podemos dizer que sequências didáticas são “etapas continuadas” ou “conjuntos de atividades”, de um tema, que tem objetivo ensinar um conteúdo, etapa por etapa.
Sequência didática é um termo usado na Educação Infantil para definir um conjunto de atividades encadeado de passos e etapas ligadas entre si para tornar mais eficiente o processo de aprendizado.
Toda e qualquer sequência didática planejada deve ser desenvolvida para atingir um objetivo, mas não é qualquer objetivo. Esse objetivo deve atender as necessidades do aluno. Ora, se preciso ensinar algo para meu aluno preciso criar uma estratégia de passo a passo para que ele seja capaz de entender o conteúdo que eu, professora, estou oferecendo e por isso é bastante importe selecionar e criar as sequências e ter uma didática adequada para usar em sala.
Por que trabalhar com sequências didáticas?
As sequência didáticas são muitos utilizadas na Educação Infantil porque auxiliam o professor a organizar o trabalho na sala de aula de forma gradual.
Antes preciso saber qual etapa meus alunos estão para então partir desses níveis de conhecimento visando chegar aos níveis que eles precisam dominar.
Ao organizar uma sequência didática, o professor pode planejar etapas do trabalho de acordo com seus alunos e nós indicamos que essas sequências sejam produzidas com os seus alunos, de modo a explorar diversos gêneros textuais.
Agora ficou curioso para saber o que é gênero textuais?
Não perca a próxima matéria. Lá vou te contar tudo sobre o que é e como você pode usar os gêneros textuais em sala de aula.
Veja abaixo um infográfico que o Escrevendo o Futuro criou para explicar sobre a Sequência Didática.
Fonte: Escrevendo o Futuro
Esquema de uma sequência didática
Fonte: Pedagogia ao pé da letra
Exemplo de uma sequência didática:
Essa é uma sequência didática da professora Magda Marques. Foi encontrada no slideshare e é uma sequência didática para alfabetização.
Já reparou que estamos sempre contra o relógio? É uma luta eterna para fazer a chamada, preencher formulários planejar aula, ter uma vida fora da Escola e uma rotina saudável.
Se pararmos para pensar como o tempo escoa pelas nossas mãos acabamos dando prioridades para algumas atividades e deixando de lado outras, não é mesmo?
Estamos sempre lutando para ter tempo suficiente para fazer aquele relatório, escrever sobre o desempenho do aluno do jardim ou do maternal e aí a rotina vai sendo a prática e a reflexão fica sempre para depois, afinal nunca dá para escreve quando planeja escrever.. imagina refletir sobre o que foi escrito!
Pois bem, para sanar esse problema precisamos trabalhar para criar o hábito da escrita. O registro escolar é, por excelência, uma ferramenta ideal para promover reflexão.
Escrever é o momento que você organiza seu pensamento, revive momentos e planeja ações práticas, que funcionaram bem e outras que precisam de ajuste para um próximo momento. Tirando as ideias da cabeça e colocando na Eduqa.me o educador tem em mãos um interessante instrumento para repensar a importância de seu papel em sala de aula.
De que forma suas impressões pessoais e avaliativas poderão contribuir para o sucesso ou para o fracasso de sua prática?
Essa é uma daquelas perguntas capaz de aproximar um sujeito à sua realidade. É uma pergunta que perpassa a vida pessoal, profissional e vai se esticando até falar dos sonhos.
Ora, toda escrita é autobiográfica e como tal traz bastante do professor que está redigindo. Mas isso é um assunto para outro momento. Voltemos na documentação pedagógica…
Toda documentação feita pelo professor de Educação Infantil é um registro pedagógico: o planejamento, a lista de presença, os relatórios e diários de classe. E, de alguma forma, todos eles devem conversar entre si, um afetando o desenvolvimento do próximo. Esse processo permite que o professor trabalhe com intencionalidade, ao invés de ao acaso – é o trabalho de anotar, refletir e tomar decisões com base nesses registros que ajuda a garantir uma aula com foco nas necessidades das crianças.
Uma série de recursos compõe a documentação pedagógica. Para aprofundar o olhar sobre a turma, podem ser usadas:
Com os registros individuais é hora de analisar essa criança está avançando dentro do esperado e se existe alguma fala que merece ser destacada e que mais tarde poderá ser usada na hora de criar o portfólio de cada criança.
Para ajudar a organizar todo esse processo e economizar o seu precioso tempo e, claro, para que você também tenha tempo de escrever sobre você e para você a Eduqa.me pensou em uma solução.
Por exemplo, aqui embaixo você consegue visualizar como a professora Marisa faz seus registros digitais e um jeito super organizado. Além da organização visual ela também consegue enxergar os registros em uma linha do tempo. Assim é possível para o coordenador pedagógico e para os professores perceberem se existe alguma área do conhecimento sendo mais estimulada que outras.
E também é a partir dessas evidências que o professor é capaz de levantar os interesses das crianças, seus potenciais e dificuldades, a forma como agem e interagem quando trabalham em grupo ou individualmente, aspectos emocionais e particularidades de cada uma. Além disso, a reflexão pode incluir um olhar para as ações do próprio educador: como foi o processo de ensino, a organização da classe e como cada decisão tomada influenciou sua sala de aula.
Incluir detalhes da própria prática é uma oportunidade de identificar problemas, repensá-los e corrigi-los, melhorando a qualidade do ensino e o relacionamento com as crianças. Assim, os planejamentos seguintes devem sempre trazem o que foi aprendido com os registros anteriores. Registros de qualidade geram um ciclo: planejamento, realização das atividades, documentação, análise e, por fim, o replanejamento, com base naquilo que foi descoberto e aprendido.
Então, preciso registrar tudo?
Não é possível registrar absolutamente tudo o que acontece na sua sala de aula – e isso nem seria eficiente. Faz parte do papel do educador selecionar os momentos que julga mais significativos e acompanhá-los. Não há ciência para isso: é o professor que conhece a turma e conhece cada criança que saberá eleger os comportamentos e interações mais relevantes, que representam conquistas, desafios ou atitudes fora do comum.
Quando identificar um desses momentos, você pode investigá-los mais a fundo. Caso escolha fazer isso com o auxílio de fotos ou vídeos, ainda pode ter a oportunidade de perceber outros acontecimentos mais tarde, ao acessá-los fora da sala de aula, quando assistir às gravações ou observar as imagens. O distanciamento facilita um olhar mais abrangente e abre espaço para outras reflexões.
Faça perguntas
As crianças estão interessadas em algum assunto? O que fez o grupo trabalhar em equipe? O que deixou a turma curiosa, intrigada ou preocupada? As crianças fizeram sugestões, propuseram brincadeiras, atividades ou temas?
Fazer perguntas é uma etapa essencial dos registros pedagógicos. É através delas que o professor define seus objetivos com aquelas anotações: o que quer descobrir? Antes de começar qualquer atividade, é útil saber o que você quer atingir com ela e orientar seus registros a partir dessa premissa.
As crianças estão interessadas em algum assunto? O que fez o grupo trabalhar em equipe? O que deixou a turma curiosa, intrigada ou preocupada? As crianças fizeram sugestões, propuseram brincadeiras, atividades ou temas? Como se movimentaram pelos espaços da aula? A partir dessas indagações e suas respostas, será possível encontrar:
As conquistas de cada criança e da turma;
Para quais novos aprendizados elas estão prontas;
As dificuldades individuais ou do grupo;
Os interesses e curiosidades das crianças e como eles podem ser incluídos nas aulas;
O que deve ser discutido com a coordenação;
O que deve ser discutido com os pais;
O que pode ser exposto em sala, para marcar o aprendizado das crianças;
Quais práticas do professor estão funcionando e quais precisam ser mudadas.
Trabalho em equipe
Registrar não deve ser uma tarefa solitária: a ajuda de outros professores, auxiliares e coordenadores traz qualidade e outros pontos de vista à documentação
Normalmente, as escolas veem os registros como uma tarefa solitária do professor. Contudo, ter outras vozes durante o processo de documentação só traz benefícios! Afinal, as anotações, as fotos e as seleções de material são feitas de acordo com as singularidades de cada educador – ele as escolhe de acordo com sua cultura, seus estudos, suas experiências. E, naturalmente, outros detalhes ficam de fora.
Sempre que possível, peça que um colega (coordenador, professor ou auxiliar) junte-se à sua turma e faça os próprios registros que, depois, serão discutidos pela dupla. Além de a atividade proporcionar olhares distintos sobre um mesmo evento, o fato de compartilhar opiniões e discuti-las em voz alta enriquece a reflexão e torna mais fácil encontrar soluções.
As crianças na Educação Infantil também podem ser participantes mais ativas dos registros pedagógicos: fazendo algumas perguntas e guardando suas falas, você pode compreender o que elas aprenderam ou como interpretaram os acontecimentos da sala de aula, quais memórias permaneceram e de que elas sentiram falta.
Não tenho tempo
Para realizar todo esse trabalho, é preciso reservar o tempo adequado. Uma documentação aprofundada não é feita em meia hora e cabe à escola ceder ao professor o tempo e o espaço necessários para refletir. Uma pilha de anotações não significa ter registros bem feitos – o essencial é que eles sejam pensados, usados para melhorar e reorientar a prática pedagógica.
Toda a equipe precisa entender que os registros não servem apenas como burocracia, mas, sim, como um instrumento valioso para a educação das crianças. O coordenador precisa participar: ao acessar esses registros, ele identifica as conquistas e dificuldades enfrentadas em classe e percebe como orientar melhor os professores.
O diálogo é o processo pelo qual um ser humano interage com o outro trocando informações. Essa troca, grosseiramente falando, pode ser com palavras – a conversa – ou sem palavras- comunicação não verbal.
O diálogo é a bússola que vai ditar o prumo para uma relação afetiva fundamental entre professor e aluno. Na verdade, o diálogo é o elemento norteador para qualquer relação!
Todavia o meu recorte aqui será apenas na Escola, combinado?
É através do diálogo que conseguimos entender como o outro se sente, como nossas ações impactam o outro e também como podemos demonstrar ou explicar algo e até mesmo mediar conflitos.
Fonte: Google
Na literatura brasileira temos um grande exemplo da falta de dialogo.
Vidas Secas de palavras
Graciliano Ramos aborda nesse livro uma severa crítica social. Os filhos de Sinhá Vitória e Fabiano não possuem nomes próprios, são chamados apenas de o menino mais velho e o menino mais novo. Além disso, essas duas crianças não estão na Escola e tem como referência pais que também não tiveram a oportunidade de uma educação básica.
Essa família, que foge da seca, quase se reconhece na condição de bicho. Ninguém ali domina a arte da comunicação, apenas lutam pela sobrevivência em um cenário seco de água e de palavras.
E.T. o Extraterrestre
Muito provavelmente vocês também se lembram da cena épica em que o menino Elliott se comunica com seu amigo E.T. Basta Elliott conectar seu dedinho indicador com o dedo reluzente do extraterrestre e ali, naquele momento, pouco importa o que E.T tentou balbuciar, mas todos entendem que houve uma comunicação.
Uma exemplo de uma comunicação super avançada, não é mesmo? De um jeito diferente, mas que funciona muito bem;
A mensagem estava ali da maneira mais genuína possível. Com nenhum ou quase nenhum mal entendido. Dois extremos, não é mesmo?
O que esses extremos nos convida a pensar é que quanto menos diálogo há em uma relação, maior é a distância do outro.
#NaEscola
Como é a comunicação na sua Escola? Como você, enquanto professor, promove esses momentinhos? São momentos de diálogos apenas com palavras ou por meio de olhares e atitudes? Em quais atividades essa troca acontece?
Você há de concordar comigo que algumas atividades promovem mais o diálogo que outras. Nossa dica para fomentar o diálogo em sala são as escolhas de atividades participativas, que envolve a comunicação oral e a exploração do vocabulário.
A roda de conversa, por exemplo, é um espaço privilegiado de troca, de desenvolvimento da capacidade de argumentação de negociação de sentidos e competências fundamentais dessa criança. Ela se torna um ótimo instrumento para que a o professor trace a história do desenvolvimento individual e coletivo do grupo.
Na roda de conversa as crianças expõem suas ideias com autonomia e interagem com as ideias e sonhos dos outros pequenos. Saber ouvir também faz parte do diálogo e é uma arte. É onde a troca acontece e, consequentemente, o aprendizado.
RODA DE CONVERSA
Fonte: Espaço verde
Peça para que a turma faça uma grande roda na sala.
A ideia é que todos possam se ver e ver você. Escolha uma música que acalme as crianças e faça com que elas entrem na mesma energia. Avise que essa é uma roda de conversa especial e que todos vão aprender várias coisas. Nesse momento você já se planejou e escolheu um assunto que causa curiosidade naquela turma. Comece o bate-papo com uma pergunta instigante, uma história conhecida, um problema que leve à criação de hipóteses, um assunto que demande opiniões etc. Dê preferência aos assuntos que ja foram trabalhados.
Perceba a turma, veja quem entendeu a proposta e quem não. Traduza para aqueles que não entenderam e verifique que todos estão compreendendo a proposta. Fique atento ainda aos que falam menos e aos que falam bastante, procurando garantir a oportunidade a todos em diferentes momentos. Ressalte o vocabulário usado pelas crianças e invista em palavras novas.
Dialogando
Aproveite as perguntas que surgiram na roda e explore. Também explore sobre a escuta. Por que é importante fazer silêncio quando alguém fala? O que acontece se você não consegue ouvir seu amiguinho? Precisamos cuidar do tom de voz? E se falamos muito baixinho? O que fazemos quando o amigo falou uma coisa que não entendemos?
REGISTROS
Fique atento às conversas das crianças nos diferentes momentos, enquanto brincam, enquanto falam ou escutam. Observe os saberes que adquiriram relacionados a um fazer (falar, ouvir, esperar a vez, perguntar) e anote.
Anote tudo que passar pela sua cabeça, pois vai ser a partir dessa anotação que você planejará uma roda de conversa melhor que anterior.
E claro, compartilhe com seus colegas e com a gente. Queremos muito saber qual foi o assunto da sua Roda de conversa. =)
Posto isso, quero te convidar para uma reflexão sobre o registro desse diálogo.
Registrar dá trabalho, isso é fato! São muitas crianças e muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Apesar da rotina engolir os minutos é preciso se atentar para o registro. Seja no diário de classe ou o caderno de anotação e até mesmo no papel de pão. Registrar momentos, rabiscar falas, ideias soltas, naquela situação que brota o insight para que não escape da memória é uma prática fundamental.
Alguns professores usam essa estratégia e dizem que não há tanto sucesso nela, pois está sempre fracionada e depois dá o maior trabalhão ter que ligar o computador, organizar os papéis e redigir um relatório com esses elementos. Realmente o tempo escapa pelas mãos e por este motivo os registros acabam sendo esquecidosou algumas informações são perdidas pelo caminho.
E se você pudesse fazer tudo isso de um jeito mais fácil e moderno? E se na hora de fazer o registro de uma atividade pudesse inserir fotos e vídeos além da sua descrição? E se além disso você pudesse compartilhar tudo com a coordenação sem ter que sair do lugar?
É exatamente essa a proposta da Eduqa.me!
Você pode registrar o que aconteceu em suas atividades de maneira rica com fotos, vídeos e suas anotações:
Registros de atividades na Eduqa.me
Não acabou por aí! Lembra daquela anotação específica de uma única criança? Uma fala, um comportamento que você percebeu? Você pode acrescentar essa anotação no mesmo lugar e essa anotação vai compondo os registros apenas dessa criança, não é incrível!?